domingo, 28 de agosto de 2011

CERTAMENTE É PARA VOCÊ...


Certamente é para você...

Tudo que existia
foi tecido em ausências,
em restos de recados
sombras do que não vivi.
Tudo se descoloriu
em acabado desejo
quando a noite
se fez liquidez vazante
no término das horas.
Que eu sofra,
que eu morra
não importa...
este é o enigma
do que se faz
em veladas reticências,
no sopro deste vento
que invade minhas ruínas.
Me tira daqui, agora.
Me tira daqui e me ama,
Me dê o calor do teu sol
___________tenho frio.
Me aqueça com teu vocálico amor.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

THIAGO DE MELLO / LUCIAH LOPEZ




RELEITURA DO POEMA PERTO DO FIM/THIAGO DE MELLO 

Poema perto do fim 

A morte é indolor. 
O que dói nela é o nada 
que a vida faz do amor. 
Sopro a flauta encantada 
E não dá nenhum som. 
Levo uma pena leve 
De não ter sido bom. 
E no coração, neve. 
(Thiago de Mello) 



QUASE NO FIM... 

Se não sentimos a mão fria da morte 
Não há dor em morrer. 
Só o amor sopra sua melodia 
E veste de silêncio o som da lágrima, e
De leve, bem de leve flana 
Sem ser sentido, sem ter sentido 
Deixa no coração 
Gélidos flocos de neve. 
(Luciah Lopez)

GIRASSÓIS


Girassóis 


Não sei onde estou... 
Entorpeço-me neste firmamento 
fragmentado 
incorpóreo 
longínquo, 
neste decorrer de horas inúteis. 

No meio deste desassossego, 
girassóis estéreis 
perguntam-me 
_ Onde mora a solidão humana? 

E das cinzas dos mortos 
desperto em morno tédio 
febril, 
incerta seiva 
viajando entre céu e inferno, 
onde felicidade 
é o adormecer eterno.



VITALY


Vitaly

O céu é o limite
na celebração
do meu destino.

O eclípse ocorreu
na minha vida
purificando minh´alma
valorizando instintos femininos.

Transformando sonhos
em banhos de vida
unindo surpresas
do coração
com a essência do bem estar.

Numa terapia estampada
meu corpo suavemente
é preparado para tudo.

Porque ser mulher
não é somente um prazer
E sim
Uma arte.

sábado, 20 de agosto de 2011

O TEMPO E AS CORES


O TEMPO E AS CORES

... As cores vem diluídas 

em tantas noites,
manchando a pele
numa carícia fria.

Nos olhos do Tempo
esse vento de espuma,
sangra lágrimas insossas...

Resta somente 
as risadas que não rimos
a música que não dançamos,
e o tempo...
O tempo que não vivemos. 



JÓIA RARA


No horizonte nu
fez-se a luz dourada,
teceu crivos pelas ramagens...

ouvi um salmo
beijei teus lábios
no repouso, na quietude,
na carícia da aragem.

Numa oferta de amor
deu-se a chuva sagrada
que o desejo exaspera.

Transbordou o cálice
dos sentidos, ao leve toque
do seu corpo junto ao meu...

...teu orvalho, chuva de diamantes no veludo
do corpo meu.


CAÇA E CAÇADOR




CAÇA E CAÇADOR 

De olhos fechados 
A loba sente o cheiro da "presa”. 
Para... 
Espreita, sente o cheiro. 
Sente no corpo as vibrações 
Mensagens, avisos... 
Sente a saliva viscosa 
Escorrendo... 
Prepara-se. 
Sai à caça da caça que também 
Caça!!! 
O bote... Certeiro! 
Caça e caçador. 
Bocas, salivas, mordidas 
Odores, calor, pudor?! 
A loba "mastiga" sem piedade. 
Precisa desta saciedade. 
Se deixa morder. 
Alimenta com seu "sangue” a caça, 
Pois sabe que amanhã 
Terá fome outra vez!!!




SELENE




Selene

Sou luz da lua
A própria lua
Lua da tua
Lua.

Na rua
No céu
Encoberto,
Incoerente
Doente de
Afeto.

A verdade é
Outra
Única existente.

Pretenciosa?!
Talvez...
Apaixonda?!
SIM!!!!!!
Meu segredo,
Você
na minha lua.


DESABAFO.


Se estou apaixonada alguém me perguntou. -“Vislumbrei a felicidade, o céu e o inferno que não imaginamos . Estive no céu, e agora o que me resta?!"
Estou num estágio de êxtase não necessariamente tranquilo. É bom ter ou experimentar emoções puras, ainda que ilusórias, é bom tocar-se, ainda que dormente. Aprende-se muito no silencio, ainda que morrendo.
Sei que haverá uma noite sem insônia, será noite sem sonhos, só um refrão incontido dizendo –“Te quero”!
Cruzei meu estado de abandono, mas continuo aqui, triste, agrilhoada a esta espera, nesta sensação de impulso e impotência, nesta febre de querer o  seu corpo sobre o meu... Até quando? Silêncio... Espera... Meu corpo sem o seu beijo, minha unhas querendo suas costas e minha lua de câncer brilhando no seu céu de gêmeos...
...ninguém sabe de mim! Se estou apaixonada?! Sim, é só o que consigo dizer-te. Sim... Sim... Você passeia livre em mim, sem compromisso, sem hora marcada, ao acaso, sem “erro”. ... Meu coração dispara, crio asas, vou ao deserto, ao espaço, sinto frio, sinto seu cio, sou sua fêmea sou seu instinto, sua caça - você meu predador. Seu silêncio me diz que ilusões se acabam, não importa, quero sentir, ainda que seja devaneio... E que meu amor não sature, que meu querer seja-te como um abraço, que envolve, mas não sufoca... Pois ainda é cedo para que eu volte à grandeza do silêncio, e não poso voltar sem antes dar o meu amor à você.Não posso voltar...




ÁGUA PARA MINHA ALMA


ÁGUA PARA MINHA ALMA

A sua boca
É o princípio de tudo
Na sua boca
A verdade é o que você diz.

Quero de sua boca beber
E assim ter
Sua alma
Em mim
Para sempre.

COLORISTA



COLORISTA

Eu crio a cor
Das
Tintas
Que em todos
Os matizes
Te ajudam
A compor
A coesão
De suas idéias.

CONFISSÕES



CONFISSÕES

Serei aventureira
Nesta hora
No teu leito em delírio.
Se me arrebatas a lucidez
Com este sol em tuas mãos
E fazes de mim
Amante
Nas horas do dia.
Sem temores te dou minha alma
Pois só em teus braços
Possuirei o mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ÁGUA TRISTE



Água Triste

Chove...
Em tudo chove.
Chove na manhã alcalina
No fruto cardíaco
Nas flores secas nos vasos
Nas meias no varal.

Chove...
Naqueles que discutem
No orgasmo gratuito
No beijo não dado
No amor que foi embora.

Chove...
No julgamento dos homens
Nos albergues noturnos
Na carne apodrecida
No epitáfio dos túmulos.

CONEXÃO - AMOR



CONEXÃO AMOR

Fez-se a memória.
Ardeu o fogo na encarnação literária,
Em carne ação
Ungüento sedativo
Na essência da tua saliva,
Fonte dos meus desejos.
Essa mistura que tudo explode
Intensifica a beleza da rosa,
Desta, que me trazes a meia noite,
Presa em teus lábios,
E a deposita silenciosa
Em meu ventre-vaso.

RÉQUIEM PARA AS ROSAS



Arranquei todas as flores,
Todas as rosas do meu jardim...
Pisei, esmaguei cada uma,
Até sangrarem as minhas mãos.
Escorreu meu sangue escuro
Alimentando a terra infértil.
Plantei um canteiro
De negras cruzes
Onde só os corvos
Silenciosos
Vem fazer seus ninhos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PAREDES VAZIAS



PAREDES VAZIAS


Amar?...
Porquê?! Se isso dói tanto.
E eu somente me engano? (!)
Se teus carinhos são fugidios
E este teu gostar viajante
Mudo de tantos credos
Deixa-me nesta sofridão,
Pedindo por um olhar, por palavras...
Querendo teus momentos
Em meus movimentos.
Transpiro essa vontade de ouvir tua voz
Essa vontade latejante de teu corpo
Tenho fome de tua boca,
De teus lábios roçando-me
A pele,
Lendo-me
Soletrando-me
Despindo-me de toda dúvida...
E tua língua
Feito um açoite
Contando as estrelas
No céu da minha boca,
Enquanto lá fora
É só silêncio,
E você me invade
Com teu amor
Mas quando desperto,
Só minhas paredes vazias!..

MAREJAR



MAREJAR

Fel da terra
É água que deságua
Dos mares da lua
Para saciar a sede
De esfinges corroídas. 


É luz mortiça
Que recaiu sobre a terra,
Afastando sem alarde
O fantasma da alegria,
Calando um sussurro
Na profusão cósmica
Do umbigo do mundo.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ILUSÕES


ILUSÕES

Olho um oceano
De águas ferinas.
Em mar revolto
Recrio meus segredos,
Dispersa nas vibrações aquosas.
E ao olhar assim o mar profundo,
Engulo a brisa.
E imune às ilusões,
Adormeço para a vida
O meu coração banhado
No furor das águas.

AL KHEMYA


AL KHEMYA


NIGREDO

Meu céu interno
cinza chumbo
prenúncio de agonia
e dor,
eclode em melancolia
numa linguagem cifrada,
secreta,
como uma pedra submersa
que mansamente
vem à tona,
trazendo em seu segredo
somente a minha luz.

ALBEDO

Essa água prata
de claridade,
serpenteia consagrada
livre da intolerância
e goteja na compreensão
modifica a intensidade
em lampejos de estagnação
nutrindo sem sofrimento
as raízes da Rosa Alba.

CITRINITOS

A vida amarelada
apodrece...
liberta a alma
presa no tempo.
Transpõe a compreensão da realidade
e num tratado silencioso,
compartilha a proximidade
do calor do sol.


RVBEDO


Finalmente capturados
o meu ser e o teu ser
num abraço eterno
pairam
acima dos nimbos e cirrus
em completo êxtase,
santificando a mansidão
da Rosa RVbea.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DESEJOS



DESEJOS

Quero te vestir 
como uma segunda pele
suave, no contorno
do meu corpo.
Todas as noites
serei tua rainha,
ou te perco
na arte de escutar.
Vou por atalhos,
neste matrimônio vocálico,
incorporar sem penhoras
ou hipotécas.
Só a cessão de direitos
é necessária...
Para efeito terapeutico,
vou tatuar meus ícones,
minha lua
bem no meio
das tuas costas.

ESTILHAÇOS



ESTILHAÇOS

O mel 

Escorre na lamina fria
Enquanto retorno
Ao estado sepulcral
De bela adormecida.

Nesta cripta
De aço
Janela do mundo
Purgatório dos fracos,
Onde expio meus recados truncados
Versos enlameados
Torpedos de amor.

E o recado esta completo
Quando quebro
O espelho
Fragmentando esta historia
De versejar
Querendo uma flor.



PSEUDO ANJO


PSEUDO ANJO

Todas as velas choram
Dilacerando
Seu ventre enrugado
Afirmando a cegueira negligente,
Espasmódica
De sua chama.
Iluminando
Anjos transparentes
De papel celofane,
Aleijados
Angustiados,
Febris.
Incontáveis meninos
E seus sonhos disformes
Gaseificados,
Arabescos painéis
Do Kama-Sutra.

ÁGUAS



ÁGUAS

Por um instante
Um mero instante
Quase um faiscar,
Eu acreditei...
Senti minha boca molhar
Na água trazida na tua mão,
Em gotas
Escorrendo
Aliviando minha aridez...
Não sei... Quero mais que água
Quero mais, muito mais
Que essa dádiva cristalina
Percorrendo meu corpo
Afogando, acalmando
Silenciando as entranhas
E vertendo mais água,
Minha água
Que deságua em fina seda cor de rosa
E faz florescer minha alma - que a ti, pertence.
Preciso saber, agora, antes das flores se abrirem,
Onde, essa nascente se esconde?

AFLIÇÃO



AFLIÇÃO

Respiro teu perfume em meus lençóis,
Além do toque macio
De tatuagens
Codificadas.
Neste imenso jardim,
Entre tuas rosas azuis
Me vejo perdida
Neste vazio
De paralelas armadilhas.

UM AMOR ASSIM


Quero um amor assim...
Que me chegue devagar
Numa carícia suave
Feito floco de neve,
Manso, como o sol
Rompendo a névoa da manhã.

Quero um amor assim...
Que me sacie a sede
No frescor do orvalho
Que me deixe serena
No abandono de um afago.

Quero um amor assim...
Que me floresça em desejos
Me desabroche em cachos
Que me perfume os dias
Com aromas de flores.

Quero um amor assim...
Que me fale à alma
E no sopro das brumas
Me roube os sentidos
No estertor de um beijo.

...eu só preciso, de um amor assim.

IRRACIONAIS



IRRACIONAIS

Essa língua tosca
Que lambe garrafas
É mais amiga
Do que as vírgulas
Plantadas no musgo.
Essa boca
Que beija em sentido
Anti-horário
Morde palavras de pedra
No trajeto das vísceras.
Essa substância
Lírica no falo
Que falo,
Constrói poemas
E depois
Despe-se, versejando
Até gozar no silêncio.

INCOERÊNCIAS

Fui eu
Quem guardou os cacos,
As fotografias desbotadas
Babadas de beijos ___________dissimuladas!! 


Mas, quem falou
Que eu não te amei?! 


Ah, essa maldita
Serpente das horas
Não sabe onde começa o próprio rabo
E termina a língua... 


Então deleita-se
Num orgasmo perfumado
Kenzo, Bvlgari, Sabatini,
Me diz que poetar
É piegas... 


Mas eu sou capaz de arriscar!!
Entrei no covil
E você Lobo Mau,
Onde está?!

SAARA



SAARA

Um verso passante
Dentro da noite
Mostrou-me um deserto
Que orquestra o amor.
Os acordes de ouro
No sopro do vento
Desenharam um nome
Na areia insegura...
...quem me dera
Ter asas de seda,
Voar sob o sol calcinante
Para pousar de olhos fechados
Neste deserto sem fim.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

TODA NUDEZ



TODA NUDEZ

Canto minha dor
Camuflada
Sob a pele
De serpente.
Entoando notas
Sonoras
Secando o néctar
Da flor.
Rasgando
Meus olhos e
Despindo-me do amor.

DESOLAÇÃO


Desolação

Sombra
De minha sombra,
Onde andas?
Vagas na escuridão
Funesta do meu medo
E do meu horror?
Bebes de minhas veias
O grotesco sangue,
Elixir de tua juventude
Ou cobre-se no linho
Transparente da loucura
Como um animal,
Que teme a morte?!

CARICIAS


CARICIAS

Será que despertei
Ou ainda durmo
A embalar meus sonhos
Em palavras vãs?!...

Não deixe sozinho o meu olhar
Nem a minha voz
Que padece
No silêncio alheio.

Traga-me a sua luz
Suas relíquias,
Água para minha sede,
Flores para meu jardim.

Me desperta
Com a hora púrpura
De suas palavras
E o frescor de sua alma
A beijar-me os pés.

STUPID DAY


STUPID DAY

Não me importa
O apodrecer das cores,
Nem o frio olhar
Fragmentado,
Grafitado em muros
Caiados
Onde todos os dias
Alguém chora
Enquanto eu cuspo
Na madrugada!

ENCONTRO



Encontro

Onde o céu
Juntou-se ao mar
Criei meu refugio.
Nas paisagens do passado
Icei minhas rotas velas,
Naveguei...
Velei as horas
Pari um filho e
Busquei meu porto,
Onde a sombra
Do silêncio
Recaiu sobre mim.

PRECE AO SOL



Prece ao Sol 

Lira do tempo 
que sem prumo 
açoita toda nostalgia 
do nascer eterno.
Clareia o Portal do Sol, 

descerra a beleza mística 
resguarda a saudação da aurora. 
Ilumina o medo dos aflitos, 
cinge o semblante 
do lacaio senil, 
desmitifica a boca 
que imortaliza o ser. 
Desperte deste torpor 
toda luz que purifica 
a indecência do ser vivente.


TEMORES



TEMORES

Todos os medos
Se aprisionam
Em fina membrana do tempo
Quando passas por mim
Como um dragão alado
Refletindo em meus olhos
Feito luz
Em prisma de cristal.

RETICÊNCIAS



Reticências 

Tua palavra é vazia 
mas 
tua boca vicia, 
teu olhar 
denuncia 
o limite do inferno 
que a tua língua oferece, 
quando lambe 
as reticências, 
desta mentira 
certeira 
enquanto imploro, 
esfria-me... 
Não mais te pertenço.


LÁGRIMAS


LÁGRIMAS

Penso agora em você.
Porque tão longe de mim?
Transforme-se em chuva...
Nesta nuvem que passa
Invada meu céu
Sem você não sou vida.

Meu corpo de lua
Veste-se de nua
Na palma da tua mão...

Habita-me!...
Arranha-me!...
Que eu curo a ferida
No sal da tua pele,
Enquanto navego em teu corpo
Na extensão de prazer e dor.

Onde esta você?
Nas nuvens?! Na chuva?!
Não!
Está em minhas lágrimas...
Lá, eu poderei encontrá-lo.



SONHOS



Sonhos 


Fecha seus olhos 
Quando a noite chegar, 
Escuta minha voz pintando as palavras, 
Escuta o silêncio 
Tão cheio de solidão. 
Eu... 
As vezes amanheço, 
Ouvindo o vento que sopra 
Escrevendo seu nome 
Nos meus sonhos.


TEU NOME E O VENTO



Teu Nome e o Vento

Ventos soprarão teu nome
São compradores de ilusões
Que no lamento da brisa,
Impõe-me a tua luz
Sem que eu te chame .
Trocamos mais um olhar
Uma promessa de sol
E novamente vais embora...
...e o tempo de uma emoção
Perde-se na espera,
No farfalhar das horas.
Meus olhos ainda brilham
E tem no silêncio
Tanto nada
Pois da tristeza, sou a raiz.

PÁSSAROS



Pássaros 


A chuva 
na solidão dos pássaros 
é como silêncio 
no espaço...
Filamentos de amor 
destilado em gotas, 
feito cristais 
 tangendo um sino.



NEON



NEON

Incrédula!
Caos total.
Que medo de perder
No dia a dia
As ruínas vertidas da saudade,
Que descolorem
E enclausuram os dias
Em anúncios luminosos soltos pela noite.
Nada mais a fazer,
Então,
Oremos.

E VOCÊ DESISTIU...



E você desistiu... 

Nada é desconexo
Neste transbordar do tempo
Onde
Celebra-se  a essência, na criação
De um perfume. 


...assim é você,
chave da minha felicidade,
Pairando suave
Entre o incenso natural
E a beleza dos fios
Que unem meus
Neurônios
Aos cristais, topázios e verdes esmeraldas.
...basta desejar,
E terás minha suavidade
Nas pétalas
Da Rosa-Chá.




PORTA FECHADA



Porta Fechada


Não me espere
Por trás desta porta
Querendo o calor do meu corpo
Quando a garoa fria
Umidecer sua alma...
Não queira meus beijos
Nem meus abraços,
No embalo da rede
Não me tome em seus braços,
Não veja em meus olhos
O brilho das chamas deste fogo mortiço
...que queima os meus sonhos.


BOCA DA NOITE


BOCA DA NOITE

Eu sigo os caminhos do sol
E beijo os teus lábios
Ligada numa melodia qualquer 
Transcendo no espaço,
Depois me calo
Na boca da noite
Com uma saudade que nem sei definir.
Recolho-me
Apartada do rebanho
Sonhando sonhos de magia
Com fluência
Sem influência
Dentro de uma caverna sem ouro.

AZULÕES


Azulões

Havia hoje cedo
em meu jardim,
um bando de azulões.
...que pena,
mesmo com suas asas,
não podem vencer a distância
e cantar em sua janela.

domingo, 14 de agosto de 2011

O MEU PAI


O meu pai era uma pessoa especial! Com toda certeza, esta frase está na boca de todo filho/filha que teve um pai presente e participante em sua vida. Eu tive esse privilégio - não somente de ter um pai, mas ter um pai com uma presença tão intensa e marcante na minha vida que fez de mim uma pessoa que conserva valores morais, alguns deles, já considerados ultrapassados.

Aprendi, no decorrer dos anos, após ouvir meu pai em suas conversas (ou finalizando algumas), que: "Um homem de verdade nunca foge aos seus compromissos, sejam eles quais forem". Eu entendi isso como uma regra de viver bem.

Nos dias atuais eu percebo que nem tudo é bem assim -, as pessoas tem opiniões variadas sobre o mesmo assunto, aquela coisa de compromisso "no fio do bigode" já era, ficou num passado longínquo e se  efêmero - as pessoas dizem que até o amor é só uma condição momentânea e são capazes de se enganar a respeito dele. Hoje eu acordei com saudade. Uma saudade muito boa de ser sentida. Uma saudade de me ver refletida nos olhos verdes do meu pai. Na verdade, acredito que foi por estar fragilizada. Então foi mais forte o desejo de me refugiar nos braços dele - na certa seria um abraço e uma frase de incentivo que me traria à realidade  instantaneamente.

Não há lugar para tanta fragilidade assim. Não aqui, onde recebemos as marteladas que recebemos nos endurece dia a dia, mas o que aprendemos na tenra infância, faz de nós seres humanos capazes de suportar a carga diária.

Hoje eu sou capaz de entender quase tudo que o seu Moysés sempre dizia e também consigo de aceitar a ausência dele mesmo nos momentos difíceis que tenho que passar. Na verdade, eu não estou sozinha nunca - me olho no espelho e me acho cada vez mais parecida com ele - talvez pretensão de filha mimada ou talvez amadurecimento.
Mas, no final, o que eu queria dizer é o que o meu pai foi um homem de verdade. Digno, sensato, pronto a dar uma palavra a quem quer que precisasse, e fiel em sua honradez. Por isso, eu só tenho que dizer sempre: Obrigada papai, por você existir em minha vida.

Amor eterno,

Luciah 


FALSAS SENSAÇÕES


FALSAS SENSAÇÕES

Há um buxixo
Um coxixo no ar

Um farfalhar de bocas no rodar das rocas.
Uma tessitura na impaciência de cada dia
Um destempero no vai e vem de cada olhar.
Um aceno escagalhado virado pelo avesso.
Um remelexo se acabando no fim do trecho.
Desapetrecho um mal me queixo
Um desatino num só destino no fim do riso.

.












.

sábado, 13 de agosto de 2011

OBSCENO



OBSCENO

Naufragar nos teus prazeres
Beber dos teus anseios
Colorir o escuro
O sem nexo
Que partilha do teu sexo
Na tortura plena do obsceno.
E no final me lembrar
Resta sorrir e chorar
Falta-me a certeza
Se isto é amar...

.






FOLHAS SECAS

Folhas Secas


O vento sopra 
Folhas secas pelo chão, 
Folhas tristes como eu . 
Esse vento 
Não cura minha dor 
Nem perdoa meus pecados. 
Neste altar 
Frio e silencioso 
Eu te amaria para sempre... 
Mas você se fecha 
Aí, onde o crepúsculo cai 
E eu... 
Aqui com minha solidão 
Pois minha dor 
É dor de outono.



.

FRUIT DE LA PASSION


Fruit de la Passion

Gosto dessa urgência.
Da paixão pelas lâminas
Que reinventam a vida
Essa inimiga silenciosa,
Que escorre por mim em pele de seda.
Poderia ser “chique”
Cinderela entre sultões,
Mas como é possível
Vencer o mal?
O mal que existe
Dentro de todos nós,
Esse doce fruto da paixão
Se fui vaidosa
E fiz um amor tão grande,
Que transbordou minha taça do tempo?
Um brinde!



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

VOCÊ E EU


VOCÊ E EU

“... e enquanto as nossas bocas se esmagavam, e as doces curvas do teu corpo se ajuntavam às linhas fortes do meu, os nossos olhos muito perto,
imensos, confessaram-se tudo, no desespero desse abraço mudo.
... nós pairávamos suspensos entre o céu e a terra.”
(Adão e Eva – José Régio)



Sob o olhar cego
Dos querubins
Estendeu-se em
Em meus lençóis,
Entre sedas e rendas
Calou-me
Com sua boca.

Apaziguou-me
Num arrepio sem igual
Beijando as
Minhas costas suadas..

... gostos e odores...

Sou um frágil animal
Em agudo desespero.
Enquanto você me ama
Restitui sua paz,
Entre os filamentos
Brancos da loucura...

És meu castigo
Teu destino sou eu...







UM BEIJO


UM BEIJO


Acarinhar-te
Que gostoso é,
Ver você gemer...
Sentir sua boca
Tesa, úmida
Colar na minha...
E uma parte sua
Quente, viva, lânguida
Possuir-me a boca
Num simples beijo.

.