segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SEU BEIJO




Acordei com o perfume das flores
que deixaste em meu travesseiro.
Senti o seu beijo
e a carícia de seus lábios 
ainda em minha pele.






VERDADES


VERDADES


Sabes tão bem que a única boca
que eu quero junto a minha boca é a tua.
Sabes tão bem.
Eu mesma te falei,
escrevi em linhas tropêgas
num momento único
quando meu coração tomado pela
melodia das palavras cantou uma canção
de amor.

Meu coração ousado
possuiu meus dedos e num ato de amor

revelaram aos teus olhos
tudo aquilo que minha alma carece.

Ah, esse meu coração tresloucado
que te joga quando te quer
que diz não amar, quando te deseja
Ah, esse teu beijo que tanto espero
com tantos sabores quanto os que descreves.

Ah, esse meu coração que chora
neste silêncio imposto pela tua boca
pelos teus dedos, mas não pela tua alma,
esta, sei que esta comigo sempre
nesta branca lua de fim de noite
quando em teus braços, me aconchego e durmo.



A MINHA ALMA


MINHA ALMA

A minha alma precisa da sua alma
como fonte de energia
como fonte do amor verdadeiro,
esse amor que nutre o Sopro Original...

Minha alma, anseia e sofre
nesta espera silenciosa
onde sua boca beija minha boca,
apenas no silêncio destas paginas em branco...

A minha alma vaga pela noite
num sopro do vento quente
enquanto sua alma
da minh'alma se distancia...

A minha alma dorme em alguma nuvem
depois de derramar a essência perfumada
desse amor de longa espera
e se aquietar num sono
que estende pela eternidade...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O VENTO


O VENTO

Esse animal que habita em mim
as vezes me domina
corre por minhas veias
abre meu coração
deixando-me livre de mim.


Uma vez liberta
agarro-me na leveza do vento
e viajo pela imensidão
Não há fronteiras,
não há limites.

Apenas o vento soprando sua história
movendo areias, levando folhas
lambendo chamas desse fogo
que ainda me queima.

E nesse vento, me deixo levar
percorrendo minha existência
revendo minha história
até saciar-me por completo
e pousar nos olhos da minha alma.

ME DEITO NA LUA


ME DEITO NA LUA

Meu coração felino
se debate em saudade
feioto essas almas no escuro
quando a noite foge
deixando apenas um azul diferente.

Um resto de pó de amor,
o peso de ser esta ponta de labareda
que queima as pequenas verdades
quando ouve-se a flauta de Pã
despertando as virgens
de seus sonhos escuros.

Então me deito na lua
e choro meu pranto em lágrimas
de prata, colar de selene
num mar serenado.

LUZ PARA OS MEUS PÉS



LUZ PARA OS MEUS PÉS

Sinto a tristeza bater no umbral de minha porta
enquanto tento entender a purificação
do amor, no crisol do fogo.
Enquanto eu peço: Faça-me chegar os Teus rios
o perfume das Tuas matas, a paz na sombra
das Tuas florestas, o aconchego do Teu regaço.

E o mar que murmura o Teu nome,
que escreve na areia o Teu sinal
lava o meu coração de toda angústia, 
e de toda ausência.
Este exercício de elevação
me desperta do rancor que consome
e oprime e impondo fracassos doentios.

Seja eu, viva em Você, na Tua presença
e no Teu pão de cada dia -, seja eu, 
mais um gole do Teu vinho.
E no escuro do meu caminho
Tua palavra seja a luz para meus passos,
clareando o norte da minha existência.

E quando a noite baixar sobre mim,
toma-me em espírito 
 recolha-me em Teus mistérios 
envolva-me na Tua luz.



O AMOR E O MAR



O AMOR E O MAR

O mar aceita qualquer coisa
Tudo pode ser jogado em suas águas.
Flores, pensamentos, beijos não dados, restos de amor.
Tudo pode ser levado pelas ondas
E sepultado em um lugar qualquer...

O mar em sua profundeza
Guarda o silêncio absoluto das lágrimas
A dor das grandes mágoas
E a tristeza de muitos olhares,
Guarda a saudade contida em versos
O amor escondido em poemas...

Jogue tudo nas águas do mar.
Todos os beijos que eu te dei
Os meus sonhos que coloquei em tuas mãos
O meu sorriso, o meu amor
A minha foto estática no retrato,
Jogue nas águas, pois não tem mais sentido
Esse amor contido ficar nas reticências
Perdidas no final de uma frase...

UM POEMA EM MIM


UM POEMA EM MIM

Você escreveu um poema dentro de mim.
Um poema de amor
Escrito na distância do toque
Na ausência do olhar
No silêncio da noite
Na mudez das palavras...

Com seu carinho senti teu poema
Inscrevendo-se em mim
Delineando cada traço
Cada movimento formando um som,
Até surgirem os versos
Falando de amor
Amor dentro de mim...

Você me deu um poema
Como um rei dá uma coroa a sua rainha.
Deu-me um tesouro
Coberto de amor
Escrito em minhas entranhas.
Um poema em mim...



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

APENAS EU



APENAS EU

A fome que minha pele sacia é
A fome das eternas noites quentes
Onde nem mesmo o luar me refresca
Deixando o fogo insano arder
Nas dobraduras do tempo que me sorri.

Deito-me nas palavras frias de um
Poema engarrafado solto no ar
Em metáforas de amor enganoso
De um querer amar demais sem ter razão.

Choro a dureza das tuas palavras
Quando sem pensar matou meu sonho
Fechando-se no silêncio das manhãs
Deixando em seu lugar apenas dor.

SORRISO DE BOCA ÚMIDA


SOPRRISO DE BOCA UMIDA

Eu apenas amaria você
Neste vácuo do tempo
De quem desconhece o medo
Pálido e melancólico.
Quando nos olhos desta menina
As cortinas da paixão descobrem a lua
Nua de todo pudor
E a poesia me faz mulher
Querendo sempre e cada vez mais
Desejos de olhos fechados
E susto de chuva fria escorrendo
Neste papel de arroz
Fino e transparente onde embrulho
O meu grito rouco
E o meu sorriso de boca úmida
Enquanto as lamparinas fazem sombras
E o saxofonista cria notas distraídas
Sobre a cidade nua...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

EU TE AMO



EU TE AMO
A tua presença em mim
è como a sístole e a diástole do coração do universo,
A pulsação do coração de Deus,
Porquê eu te amo.
- Eu te amo!


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MEUS SONHOS


MEUS SONHOS

Aves de rapina
Negras, cabisbaixas, tristes...
Em seu holocausto
Sobrevoam, revoam
E voam...
Penetram em sonhos as
Carcaças de ontem
E comem a aurora do dia,
Num desfazer da vida
Que evaporou.
Vazam os olhos do amor
Evisceram a alma
Expondo a podridão
A verdade interna de cada um;
Revelam o lixo
Os detritos ocultos, adormecidos
Esquecidos em cantos
Mofados da memória
Onde tudo é negro
Como as penas das asas
Que sobrevoam meus derradeiros sonhos.


domingo, 20 de novembro de 2011

FOLHA BRANCA


FOLHA BRANCA

Não pode existir nada mais triste
que uma folha branca
despida de palavras
nua das letras desenhadas
pelas mãos de um poeta...

Triste folha branca
jogada num canto qualquer
esquecida numa gaveta escura ou
entre as folhas de um velho livro...

O tempo com sua melancolia
derruba sua tinta amarelecida
recobrindo a brancura da folha,
revelando o crivo das traças
e a dor da ausência das palavras...

Tudo fica em silêncio
tudo fica estagnado
quando um poeta
cala suas palavras e
fecha seu coração esquecendo-se da folha branca...

DESPERTAR


DESEPRTAR

Todo este azul que se rasga em meus olhos
e me faz um convite
talvez ainda seja cedo
ou talvez seja tarde demais.
Mas que resiste a este achamado
que arde nas veias?!

Estranha languidez lá fora
onde mundo pende em cascatas
de flores
onde cores reluzem num beijo de beija flor



e o vento toca em carícias
as folhas, as flores
e tudo conspira...

Tudo se entrega neste frescor
da manhã que nasce
neste doce perfume do ar,
nestas horas úmidas de orvalho
onde deixo meu sonho
e desperto colhendo-me
para a vida, preparando-me para amar.

UM AMOR SÓ PARA MIM



UM AMOR SÓ PARA MIM

Eu quero um amor

que me fale à alma,

que me descreva como um poeta e seu poema...

Que segure minha mão

e me leve a esse altar consagrado pelo prazer

onde a melodia se faz presente...

Que me tome em seus braços

me aconchegue num carinho

e faça de mimo seu amor verdadeiro...

Quero um amor

que me olhe nos olhos

e leia os meus segredos

que me leve no colo e me faça dormir.

E quando a manhã chegar

que me acorde com um beijo,

e me faça mais amor...

Quero um amor

que seja só meu

que divida seus dias,

seu sorriso,

sua alegria,

suas histórias.

Um amor que seja só meu...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

RECOMEÇO


RECOMEÇO

Há um coração em lugar nenhum
que pulsa e vibra em lá maior
Há um lugar em um coração
onde nenhum amor pode entrar
Há uma porta que se fecha
e outra que se abre
Há uma vida que se vai
e uma outra que se renova
Há uma música que sempre recomeça
nesta ribalta chamada vida.

TEM DIAS ASSIM...


TEM DIAS ASSIM...    

Hoje / não mais que hoje
gostaria / de ser poema
de ser os ventos / de ser as cores
para tocar em tudo / suavemente deslizar
e em todos / e em tudo
imperceptivelmente / um arco íris fazer brotar.

Hoje / não mais que hoje
gostaria / de ser garoa
de ser nuvens / ou tardes
nubladas / enoveladas
e eu feito sol /sorri_dente
não apareceria para o universo / brincando de esconde-esconde
(por entre nuvens escuras
não me meto) / Sou poeta, não louco!

Hoje / não mais que hoje
gostaria / de ser diferente
de ser invisível / de ser transparente
para não ver / a tristeza e
o caos instalado / o descaso
nos centros e fora deles / contaminando até a natureza e
para não ver ninguém / pobre coitado
dormindo ao relento / abandonado à própria sorte
embaixo de viadutos / transformado em sub-produto.

Sim / hoje
gostaria de ser invisível / pra chorar em silêncio
por um segundo ou menos / vazar essa dor e
para não ver / os absurdos
os desastres ecológicos / ceifando tantas vidas
mas os fenômenos sobrenaturais / ah, desses
é impossível de não se ver ou ouvir / é a voz de Deus anunciando a provação!

Sim / hoje
apenas por um segundo / uma fração de segundo
ou menos / um piscar de olhos
jamais um pouco a mais / nada além disso eu sei
não posso viver sem ver e ler / é como o repirar do ser vivente
poemas e poesias / rimas e melodias
estes vocábulos / que me fascinam
são como determinações para mim / posso dizer: Sou assim!
estes vocábulos além de belos / e por vezes tão singelos
são mais que saudáveis /alimentam a alma
vocábulos injeta conhecimento / contribui para o crescimento
faz o homem ter senso crítico / distinguir o bem e o mal
faz você fazer discursos / enaltecendo a boa moral.

Hoje/ apenas hoje
gostaria de ser oxigênio / límpido e inodoro
para que todos pudessem me inalar / usufruir da minha essência
e depois me lançar na atmosfera / ao redor da vasta ‘esfera’
feito gás carbônico, aí sim!!! / Mas não ficaria triste, não
teria eu / nova tarefa
uma grande parceria / de mãos dadas
com as plantas vegetais / fazendo alegria dos ‘animais’!

Sim!!! / Sim !!!
ser planta por um segundo / conhecer outro mundo
também queria, feito flor a embelezar / aqueles de puro olhar
e feito espinho para furar quem se meter./ E me cortar !

Mário Bróis & Luciah López

TÃO TARDE


TÃO TARDE

Meus olhos ardidos
se fecham, qual asas de borboletas.
Tão tarde o silêncio se faz
e aquele a quem eu chamo amor
traz fragmentos de querer.
Tenho sono...
Adormeça-me agora.


EU TE AMO


EU TE AMO


Amo, amado meu
Amo antes do verbo se fazer
Carne,
Antes da boca se abrir em oração,
Antes da aurora da vida.

Amo, amado meu
Amo de tal forma e semelhança
Que aos anjos me faço igual,
Te respiro e expiro amor sem igual.

Amo, amado meu
Amo tanto e tanto te quero
Que a febre me aquece
E o desejo me entorpece.

Amo, amado meu
Amo e amo tanto
Que o pranto não tem sentido,
Nem o sofrer me faz juízo.


PIMENTA VERMELHA


PIMENTA VERMELHA

Amo o teu cheiro
de mato verde/capim limão,
quente como a pimenta vermelha...

Amo o teu cheiro
de poeira de estrela/cadente/cometa
no céu dos meus olhos...

Amo o teu cheiro
de amor depois do banho,
de calor depois do sol...

Amo o teu cheiro
no meu corpo/amor perfeito
sempre teu alucinado amor, meu!

MARESIAS


  MARESIAS

O mar explode na concha da tua mão,
onde cavalos marinhos se esgueiram
por entra as algas
águas marinhas.
Marinas/meninas/sereias
ainda passeiam de mãos dadas...
O tempo - furacão no olho do sol -
bebe a sede das amarguras
em cada gota derramada
da tua boca/salmoura
de água doce
saliva mel do teu puro amor.

PRAZERES


PRAZERES

O falfalhar das horas
rompe o silêncio verde dos ponteiros...
Alquebrados minutos
ainda tentam salientar-se
saltando sobre os segundos e correndo.
Correr?!
Correr para onde se o tempo é apenas uma reflexão?!
A própria consciência se cala
e observa o mimetismo do tempo
adquirindo novas roupagens em veludo verde
enquanto o teu olhar
apenas clica as portas da imensidão.






QUERO VOCÊ


QUERO VOCÊ!

Quero você,
quero cachoeira nas tuas águas,
quero tormentas, calmarias
quero brisa, ventanias.
Quero peixes vorazes,
cavalos marinhos,
pérolas em meu colo.
Quero tuas águas,
tuas nascentes,
enchentes,
mares e marés...
Quero teu amor por sobre as ondas,
quero teu amor no meu querer,
e derreter o sal da tua/minha pele
água-viva/sereia/dorso de borboleta azul...
Quero teu amor assim.

domingo, 13 de novembro de 2011

CLEÓPATRA


CLEÓPATRA



“Minha alma...
Desde que nos separamos, meus pensamentos tem voado até você todos os dias, mas são surdos e mudos. Não podem falar com você, nem ouvem o que você quer dizer para mim. Portanto, não são de muita valia, senão por serem capazes de estar onde eu quero estar. Ah, como são afortunados meus pensamentos! Como tem sido difícil esta sombria estação do ano sem você perto, embora todo mundo diga que é verão. Talvez para os outros seja mesmo...
Mil beijos em sua mão, seu pescoço, seus lábios.
Marcus Antonius.

(Memórias de Cleópatra – Margaret George)


No meio da noite,
Relâmpagos e trovões sonoros
Caem como pedras
De catapultas
Fazendo algo mudar dentro de mim...

Machuca-me
A dor e a tristeza
Quando esta luz tremulante
Reflete minha imagem
Neste altar de mármore polido...

Quando as lágrimas
Caem dos meus olhos
Vejo as margens negras
da inconsciência tomando meu corpo,
como se minhas entranhas
estivessem sendo levadas...

Minha cabeça pende
Meu olhar ainda detem-se na lágrima vermelha
Escorrendo de meu seio
Enquanto ouço o sibilar
Da víbora negra...

Ó, deuses. Eis a Filha de Ísis...



BUSCA-ME


BUSCA-ME

Busca-me!
Da solidão de minhas horas
traga-me para seus braços
para sua ternura,
aqueça meu coração no calor do teu sol.

Busca-me!
Nesta tristeza infinita
nesta ausência de beijos
nesta falta de paz.

Busca-me!
De meus sonhos
onde te espero a cada dia
numa profunda agonia
numa dor que não se acaba.

Busca-me,
eu te preciso tanto.



VOCÊ E EU


Por que o amor é assim?
Essa ausência, essa saudade
esse desencanto
essa tristeza
essa saudade que bate
e ressoa na alma.
Por que não pode
simplesmente ser a alegria no olhar,
o beijo molhado,
a caricia suave, um afago
sem essa ausência que dói
ao me afastar de você?
Por que não chorar de alegria
ao ler uma linha
que me fale de amor??
Por que essa tristeza em meus olhos
essa raiva em meus dedos
essas teclas negras dançando
me fazendo destuir os meus versos de amor?
Por quê? Por que você não olha
um pouquinho,
um viés de olhar... Quem sabe eu te sinta
tão perto e consiga te dar esse meu beijo já tão triste?


LÁGRIMAS


Este cemitério de algas
sangra espumas em meus cabelos
enquanto navego nestas vagas de sal
que se desmancham nas pedras do cais.
Enquanto a chuva triste
cai mansamente
a lua, vestida de monja
retira-se do soluço cósmico
e pranteia silenciosa
numa réstia do céu escuro
chorando pérolas
finalizando a morte
de mais um sonho...




POR QUE DIZER DO MEU AMOR?


Por que dizer destas
úmidas pétalas
deste cerebelo maldito que percorre meus desertos
gritando o que esta escrito,
escavando o que esta oculto?!...

Por que dizer deste beijo
desta angústia que me solta a carne
abrindo escaras de peçonha,
grandeza gigantesca
no luto profundo e medonho
da tua indiferença...

Então, bendigo esta mágoa
esta nódoa enegrecida em meu peito,
que cobre meus olhos
e deixa histórias
nesta tragédia
me dando a certeza de que seu coração
não foi capaz de amar-me!


sábado, 12 de novembro de 2011

ETERNIDADE


Eternidade

No rasgar do ventre

da manhã que abortou a noite,
as ondas silenciam
e lambem as pedras e seu sal marinho.
Sal de amor purificado
resguardado
na amargura do sepulcro
onde deixaste o meu coração
condenado,
amarrada à imagem de Prometeu e sua pedra
e tu,
tu a águia a bicar-me noite e dia
por toda eternidade.




NEGROS VÉUS


Do nascer ao morrer
rompe-se a aurora claudicante
que apodrece a carne,
alimentando os vermes...
Brancos. Gotas do meu leite
gotejado aos meus pés,
vermes brancos, rastejantes
formas de amor das carpideiras
e seus negros véus...
Escondendo sob as fiambras
do tempo
todo sentimento de amor
que encarquilhado em caracóis
vibra seu chocalho
e desfere a picada mortal.



CINZAS


Quando choro minha tristeza
escondo-me na solidão negra,
onde somente os loucos fazem euforia.
Rasgo meu coração deste amor insano,
pinto meu corpo de cinzas e sebo
numa alegoria ao Paraíso de Dante.
Penduro meus coágulos de sangue

feito um colar, funesto colar balançando este
pranto amargo de
estrelas imaturas que escorrem do céu
e pingam nas poças dágua
iluminando minha imortal tristeza...


LEGADO


Essas horas de sangue que se derramam
e escorregam na lentidão da tarde perpetuam
inoculam a tristeza dentro
desta carapaça enegrecida e triste
que carrego nas costas,
como herança dos meus dias.

Limpo meus pés com óleo e sândalo.
Acendo lamparinas
ilumino este tunel
onde escondo os meus temores...
Deito-me em velo simples
curtido sob o sol
tingido com a lágrima vertida do âmago,
do cerne da madeira
tinta pura, verdadeira...

Aqueço meus ossos
no calor da chama negra
bailarina sem véu
que entorpece a mente
adormecendo-me a alma
numa eclosão de tormento e dor...



imagem:Mehmet Ozgur


FAZER POESIAS


FAZER POESIAS 

No auge da minha tristeza
eu gritei,
cade você poesia?
E quanto mais eu gritava
mais me perdia nas entrelinhas
nos espaços silenciosos das reticencias...

Em desespero derrubei minhas lágrimas
senti cada uma escorrer no meu rosto
salgar minha pele e
deixar um gosto ausente em meus lábios...

Só agora entendi.
Poesia se faz em silêncio.
Nasce da tristeza do olhar
no vazio das mãos,
no calor de um beijo não dado.
Poesia, se faz só de amor...

TANTA SOLIDÃO


Tanta solidão


O meu perfume derramado
escorre pelo chão
misturando-se aos rastros úmidos [dos
meus pés, ainda molhados]...

Marcam o chão as gotas d'água
que escorrem pelo meu corpo envolto
em vapor quente.
Meus cabelos molhados
em desalinho, caem cobrindo meu rosto,
ocultando os meus olhos
disfarçando uma lágrima furtiva
que insiste em cair...
Olho-me no espelho embaçado
e deixo a toalha cair
aos meus pés,
talvez nua em frente ao espelho
consiga me olhar. Consiga me ver
e entender o porquê desta solidão...
Olho meu corpo. 
Meu rosto, meus seios, meu sexo, minhas pernas
e enquanto leio meus traços,
desenho no espelho
um coração e seu nome dentro dele...



terça-feira, 8 de novembro de 2011

FOLHAS SECAS


Embrulho meu coração em folhas secas
Folhas vermelhas, amarelas,
Folhas de outono.
Folhas que margeiam este caminho
Folhas caídas, levadas no sopro do vento
Folhas mortas,
Caem como gotas de chuva
De uma chuva seca...
Estas folhas vermelhas
Tingidas de sangue
Corroídas pela ferrugem ainda guardam
Um pouco do perfume das tuas mãos, e
Acolhem meus pés
Neste caminho, que não me leva há lugar algum...

MEUS MOMENTOS


Espalho os meus momentos
Por estas ruas
Nuas ruas onde ecoam meus passos.
E deixo minhas palavras, soltas
Como pipas ao vento...
Jogo minhas letras
Em cachoeira, formam
Palavras como gotas dágua,
Molham a alma quando os olhos estão secos.
Ainda é madrugada...
A lua beija as estrelas
Ouço uma velha música,
Nem sei de onde vem...
Fala de amor. Fala da dor
Que nunca se acaba dentro de nós.
Deixa um vazio
Um gosto de ausência
Um não saber porque...
Uma falta de tempo
Uma falta de amor.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O SILÊNCIO


O silêncio é profundo.
O silêncio permanece
Mesmo quando rompe
O elo da loucura
Neste talento de sombras
Que vestem os meus ossos
enquanto a boca se cala.

A tristeza insólita
Rasteja, cobrejando com sua íris de estrela
Feito um enorme linfócito
Fagocitando meus momentos
Minhas palavras, meus anseios.

Rasteja essa cobra de mil anéis
Babando seus mucos, seus sucos
E exalando seu almíscar
Ao roças meus pés,
Enrola-se e estrangula
Toda liberdade que eu queira ter...

AMANHECEU


Ah, essa manhã serenada
coberta de orvalho
esse canto dos bem te vís
esse grito lamentoso do joão de barro
cuja casa caiu com os ventos da noite...

Essas teias de aranha,
feito um colar de pequeninas perolas d´água
reluzentes sob o sol,
as florzinhas de trevos
espalhadas pela grama
recebem abelhas,
uma por uma com seu zumbidinho manso...

E a manhã desperta e



das grimpas dos pinheiros
o sereno escorre em lágrimas de água doce
beijando a terra mais uma vez...

... Bom dia meu amor, olha a vida explodindo lá fora!



NA BEIRA DO CAMINHO



NA BEIRA DO COMINHO

Eu sei amor
Sei desta distancia que nos separa
Sinto cada dia
como se fosse um castigo,
um rolar de horas longas e insossas
o sopro de um vento morno e sem música
as gotas de uma chuva insalubre...

Vou ficar aqui, neste desterro.
Sentada neste viés de caminho triste
desfolhando um mal-me-quer sem cor
esperando a tua chegada... Não demore.
A tua ausência dói.

UM CANTO DE AMOR


Essa ave presa em meu coração
bate asas, ensaia um vôo
tenta sair deste cárcere
atingir as núvens e
voar...
Planar nas correntes de ar quente,
olhar os campos,
cachoeiras
rios
lagos serenos
montanhas e vales floridos.
E sem descanso,
bater suas asas
numa incansável rota
até finalmente
pousar suave
dentro do seu coração/amor!




UMA PALAVRA



Basta apenas uma palavra,
aquela que fica presa na garganta [... ]

Basta apenas uma palavra
e minha boca se junta a sua
transformando beijo
na fome de duas bocas que se consomem.

Basta apenas uma palavra
e meus braços se abrem
no maior dos abraços
te envolvem aconchegam
e no meu corpo, te dou a sua paz...

SOMOS UM SÓ





SOMOS UM SÓ


Minha alma passeia sobre você
Quando chamo pelo seu nome no silêncio da meia-noite.
Só você poderá secar minhas lágrimas,
Só você poderá ouvir meu o choro.

Meu coração te espera
Na membrana das manhãs quentes
Quando o orvalho brilha sob a luz
Revelando o tempo de sermos livres...



E o olho imaculado do céu, observa,
Vertendo suas lágrimas de água doce
Enquanto o mistério dos dias se desvenda,
Neste ir e vir dessas horas mornas
Que mesmo ao seu lado, ainda sinto sua falta...



Esta viagem apenas começou
E sei que seguiremos juntos até o final,
Porque em alma, já somos um só...


Seme Said  e  Luciah Lopez

terça-feira, 1 de novembro de 2011

NA PRIMEIRA HORA


NA PRIMEIRA HORA

Amor, meu grande amor
porque será
que eu penso em ti,
neste filete de horas
que brotam diante de meus olhos?...

Amor, meu grande amor
não fuja, não esqueça dos sonhos
não deixe afagos perdidos no ar...

Amor, meu grande amor
me leve em seus versos.