segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

LINHA DO TEMPO



Linha do Tempo

Eu estava lá!
Imperceptivelmente flutuando sobre todos os pecados
e todas as lamentações
e dores - e não havia mais tempo entre nascer e morrer.
Rompeu-se a membrana do equilíbrio.
A densidade e o momento se fazem presentes,
tudo se resume no agora
e antes que eu adormeça
ainda há caricias para serem feitas.




quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SUTILEZAS


Esplendorosa

A lua surgiu entre as ramagens
Aragens que decoram as
Fugazes carícias dos teus lábios feito luz
Que me envolve sem pressa,
Enquanto o lenho do amor – sorve o tempo e a distância.

A leveza e ternura
Com sutileza libertam os sonhos que a brisa beija
Despertando cada dia e fazendo
Do meu destino um relicário
Para o teu amor que me toma em suave vertigem
Sorrindo meus olhos somente para você.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ARQUÉTIPO



ARQUÉTIPO

O que vem até a beira dos meus sonhos
escorrega e cai
no precipício dos meus lábios
no desfalecer ambíguo
dos beijos que não te dei
Na promessa transitória
desmentida e insosa
que enfileirada no varal da tua boca
dança como bailarina
com sapatilhas de chumbo.

ESPUMAS



ESPUMAS 

Espumas brancas e solitárias aves
Sobre um mar
Que ainda não foi
Lavado do sal
Nem do fel
Transformam-se em flores,
Madrepérolas nos cabelos
De Afrodite.
E quando minha alma
Transpira e exala o cheiro
Dos pergaminhos
A tua mão afaga os meus cabelos
Ainda úmidos.
E tua boca agora beija um beijo meu.

SONÂMBULA



SONÂMBULA



Tem uma lua em cada olhar
Estrábica figura,
calada, muda, absurdamente muda
Queria escrever poemas,
viu a lua...
Na superfície lunar,
bordou crivos com fios brancos
e pôs-se a dançar
Soprou pensamentos lascivos,
encostou-se no muro,
grafitou-se!
Despiu o sudário
e se fez peregrina,
virgem tosca em dulia matutina
Bacante silenciosa,
obliterada sem dialética,
nua,
esquálida dadiva
da tua indiferença,
prostrada ainda espera
o teu olhar.