sábado, 1 de novembro de 2014

NOCTIVAGO


 Noctivago

Há em mim
uma existência encoberta
acorrentada em quieta masmorra.
Uma existência de tempos soberanos
de castelos e brasões
de cavaleiros e armaduras...

Sinto ainda
em resquícios  da memória
o perfume dos lírios
a dança dos trigais, o calor das forjas
o borbulhar do aço, o nascer da lâmina
que faz o talho e expõe o homem...

E do alto da torre de pedra
meu olhar apaixonado,
espera pelo teu vulto incasto
de cavaleiro negro
retornando de antigo cativeiro.

E nesta colisão de tempo-espaço
sombras anonimas passam por mim
queimando incenso,
e velando meu sono...


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