segunda-feira, 24 de outubro de 2011

NOCTIVAGO


Há em mim
uma existência encoberta
acorrentada em quieta masmorra.
Uma existência de tempos soberanos
de castelos e brasões
de cavaleiros e armaduras...

Sinto ainda
em resquícios da memória
o perfume dos lírios
a dança dos trigais, o calor das forjas
o borbulhar do aço e o nascer da lâmina
que faz o talho e expõe o homem.

Do alto da torre
meu olhar trigueiro, apaixonado,
espera pelo teu vulto incasto
de cavaleiro negro
retornando de antigo cativeiro.

E nesta colisão de tempo-espaço
sombras anonimas passam por mim
queimando incenso,
e velando meu sono...



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