segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FRACTALES




FRACTALES

¡ Hay tanto de mí queriendo salir!
Alcanzar los mares y las mareas.
Navegar con las estrellas marinas
por las profundidades del alma.
(No sé cuál es su color)
Mirar hacia atrás hacia mis pies
impresos en la arcilla de las aceras
y descubrir conchillas y mariposas muertas.
Las historias que cuento se convierten en presas
de garabatos que hago intentando resumir mi vida
y todo lo que anhelo en este momento
es sentir la sal quemándome la boca
hasta que ya no pueda pronunciar tu nombre
y alejarlo de mí 
por la intención
de querer un amor 
que me ha sido prohibido.


Luciah Lopez


tradução para o espanhol: Norma Segades Manias

A LUA DE OUTONO EM ISTAMBUL



A LUA DE OUTONO EM ISTAMBUL

Ouço as lágrimas passando.
São como marés de sizígia...
Ouço alguém cantando perto,
Tão perto de mim
E eu olhando as cores daquele olhar
Tento compreender o que me diz a canção.


Abra os olhos
É preciso que abra
Veja como suas lágrimas secaram
Esqueça as tormentosas
Marés de sizígia
Mas para escutar ouça
o pensamento, só a mente
É capaz de captar a felicidade
Que diz esta canção
Que veio há mais de dois mil anos
E veio para ficar, assim meio
marota nas asas do vento
Para lhe dizer que as cores
Desse olhar está no céu de Istambul.


Neste céu de Minaretes,
Erguem-se braços de Kutlar, Ersoy, Hikmet
Abrindo as asas do vento
E tirando a poesia... a poesia!
As marés agitam-se
Ondas, chuvas de estrelas, marés lunares
Banhando o pensamento virgem
Que se põe a esperar...


Agora sorvo de seus olhos
Lágrimas doces que saem do seu coração
Para o oásis do meu beijo que foi deserto
Despertando o viver em meu peito
que navegava às madrugadas
Outrora solidão estrelada
Por onde a minha tristeza
passeava lhe procurando
seguindo seus passos de alegria
Mas onde estavas mesmo
musa, menina e ninfa?


Entristecidos, os meus olhos estavam
E se escondiam pelos corredores de mármore
E pelas cúpulas da Mesquita Azul
E do crepúsculo, todas as cores bebiam
Em fina taça de escárnio...


Como uma estrela se escondendo
no profundo azul do céu
meus olhos lhe acariciando
eriçando sua pele
o calor do coração
onde quase inatingível
fui buscá-la para viver
em meu peito...
Oh! Mitológica deusa
Foste uma luz a menos
nas constelações do
Reino de Istambul
Transferindo para sempre
essa ternura estampada
no sorriso do meu rosto.


Com o teu calor trouxeste as noites
mornas do outono
E as ceras e
as resinas tintas de ocre e magenta
Escorreram em profusão
Libertando-me o coração
Que agora vivo, no teu sorriso
se faz eterno em cada verso deste poema de amor.



Luciah López  & Constan Baruc






ACASOS E UM GRITO



Acasos e um grito
Há um vazio em cada esquina. 

Portas fechadas,
rostos nas janelas,
olhares enviesados, 
ecos das risadas de ontem...

Nossos olhos já não veem o céu.
A poluição não nos deixa vê-lo.

Nosso olfato não sente, senão,
o cheiro de óleo.

As flores não sobreviveram...

E o futuro se adianta... 



O gato se acomoda e sonha. 
A menina olha o futuro na tela da TV.
Alguém tricota um cachecol. 
Um tiro na noite!

Nossa boca não degusta, senão,
pobre guarida.

Não satisfaz. 

Enche.

Nossos sonhos:
montanhas íngremes...
picos escarlates... 
pontos inatingíveis.

Enquanto houver:
quem veja e se cale,
quem fale e se canse,
e, ao se cansar se esqueça.
Da criança com fome.
Do amor sem guarida.
Da criança sem teto.
Do amor com fronteira.
Do ventre estéril...

E o futuro se adianta... 

Um grito.


Não houve um grito de alerta!

Um grito, 
só.

Um grito, 
simples.

É triste precisar
haver um grito.

Um grito, 
não um sussurro!

Um grito com eco e tudo!!!

E o futuro se adianta... 

Um grito
das entranhas embriagadas de cachaça.

Único remédio do pobre... 
a cachaça.

Para esconder nesta máscara... 
a cachaça.

A dor de ver o filho,
sem pão e agasalho.

O teto caindo.
O fogão sem gás.

A mulher cuja beleza,
se a tinha, morreu nos partos.

E o futuro se adianta... 

Um grito de lamento:
quem tem nas mãos a decisão
só tem para dizer, 
"cada um vive como pode"
e diz na televisão. 

Ah! Meu D’us, 
essa não!

E o futuro se adianta... 

Um grito de desabafo,
no coro do estádio,
ao ver o juiz roubar,
no tempo, 
no pênalti,
na expulsão.

E o futuro se adianta... 

Um grito ansioso,
triste-alegre
alegre-triste.

E o futuro se adianta
não espera e não gera, 
apenas passa por nós arrastando seus 
felpudos chinelos de quarto...

Até quando assistiremos inertes?



Romero Bittar


(multiplicação com o poema Acasos de Luciah Lopez)

http://www.talentos.wiki.br/post.php?id=79798


(Cópia infiel de "Abandono" de Luciah e belos comentários de Baruc)


Abandono

Ao beijo da noite 

a flor se entrega
tão repentinamente
que o vaga-lume
desliga o lume
para não interromper.

Ao brilho das estrelas
a lua expõe a sua cálida
história repleta de cor.

Às carícias do vento,
as árvores se dão
plena e vigorosamente
na cadência do amor.

Sob os raios do sol
na natureza inteira
impera uma suave
e eterna força
que acalma os corações.

Romero Bittar




(Cópia infiel de "Abandono" de Luciah e belos comentários de Baruc)


http://www.talentos.wiki.br/post.php?id=79578


OLHAR


Olhar


A prece 
que a alma transforma,
que a tudo encanta, 
e comove,
e enternece...



Onde a alegria encontra seu ninho 
fazendo até mesmo o luar, embevecido, 
sussurrar junto aos ouvidos
e delirar com as liras
cantadas em serenatas.

E o amor
- nesta hora - enfim,
se entrega pelo olhar. 



(Cópia infiel da poesia de Luciah Lopez)


Romero Bittar


http://www.talentos.wiki.br/post.php?id=79309


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ECOS


Ecos

a súplica das palavras
está no silêncio das conchas _____e no eco das ondas
lambendo o sal
 É aqui que o vento ensaia toda poesia
que esparrama na areia 
é aqui
que a noite chega sem avisar e adormece
o dia e beija os lábios da lua e da alma
faz a morada dos homens
na morte dos medos
que os meninos
escondem em seus armários.





domingo, 16 de dezembro de 2012

ABLAÇÃO


ainda que eu rezasse cem mil Ave Marias
nem mesmo assim seria possível adiar a tristeza
e solidão
nem mesmo assim, com cem mil Ave Marias a 
e
s
c
o
r
r
e
r
pelas contas do rosário indo morrer
aos meus pés ( nus de todo pecado)
fariam a tristeza adormecer sozinha
na solidão que se agarra a mim, feito sombra
de aranha prenhe (sempre parindo uma dor depois da outra) .
e de nada vale
cem mil rezas
se a tristeza esta tão dentro de mim como se fosse eu mesma.




FRACTAIS


FRACTAIS



Há tanto de mim querendo sair!!

Ganhar os mares e as marés
e navegar com  as estrelas marinhas
pelas profundezas da minha alma.


((Não sei qual a cor da minha alma))



Olho para trás_____ para os meus  passos /impressos

na argila das calçadas/
e vejo cascas e borboletas mortas.


E  as histórias que eu conto vão ficando presas

 nos rabiscos que faço tentando resumir a minha vida
e tudo que  eu mais quero nesse momento é sentir o sal queimando a minha boca
até eu não conseguir mais dizer o seu nome e
afastar de mim_____a intenção de querer amar 
um amor que não me é permitido.









sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

SE


SE   

Dias inquietos, / afoitos pesamentos
Prevalecentes incertezas... / escondendo-se nas esquinas
Das mais concretas certezas que sei sobre mim. / e sobre ti...  

Um sol poente, / um olho morrente                   
               Cinzento. / Esmaecido...  
Chega a noite, / e silenciosa estende-se             
               Sem estrelas a brilhar. / Noite opala, a embalar
O sono ausente, / tormentos a correr pelo corpo...
Falta um pedaço de mim. / Falta um pedaço de ti....   

Alvorecer tardio, / dormências, carências de sons...
         Aonde cantam os pardais do alpendre?/ Aonde cantam os passarinhos?...
  Se não fosse a fumaça... / a embaçar a linha do tempo
e as nuvens carregadas.  / anoitecendo o olhar...



Se Tivesse eu por completo... / Se tivesse você por completo...

e a Serenata dos passarinhos. / ... E a Serenata dos pardais...
    

Dony Moreira e Luciah Lopez



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MEU OLHAR



MEU OLHAR

O silêncio olha a montanha
vestida de veludo...
As folhas secas levadas
nas mãos suaves do vento,
fazem ciranda e perdem-se
na distância do meu olhar...

Não sei o que pensar.
Não sei o que as folhas pensam...
Talvez não pensem nada.
Fiquem somente dançando com o vento
enquanto você não vem.

Meu olhar sobre as montanhas
dizem que você chegou...
Meu corpo ainda não te sente,
meus braços ainda não te abraçam
meus lábios ainda não te beijam...
Mas minha alma, 

___________minha alma já te beija.


SOLIDÃO



SOLIDÃO


A solidão que me habita 
é maior que a noite

e escorre pelos meus dedos.





domingo, 2 de dezembro de 2012

JANGADAS



JANGADAS   



                          (para Dony Moreira) 




Eu e Deus 

e o mar
e aquele profundo silêncio que se faz
quando a alma se desprende
e voa__________________soberana gaivota
sobre o mar
cortando as ondas ( feito faca)
sangrando as cores com que Deus
pinta essa aquarela
que enfeita as minhas tristezas.
Eu e Deus___________apenas o homem e a Essência
de tudo que somos e fomos
e ainda embriagado pela beleza pura
das cores, abro os meus olhos
buscando o vértice da vida
que repousa nas mãos de Deus
feito jangadas_______( na calmaria do mar).





Image: Foto Prainha/Ceará por Dony Moreira