terça-feira, 9 de agosto de 2011

EU - SEMENTE DE POESIA



EU - SEMENTE DE POESIA

Aqui, a luz se dissipa
suave, em notas de si bemol
enquanto os meus olhos
tingem as sementes do girassol
e o vinho se desprende
da videira
em vida vermelha/prisioneira.

Antes que eu volte
a ser eu mesma
as sementes serão lançadas
como gotas de uma chuva
despojada, exilada de tormentas
escorregando
na suavidade das minhas mãos.

A paisagem fragmenta-se [vitral]
refletindo a luz
na metamorfose das palavras
confundindo noite e dia
no desabrochar da açucena.

E o tempo sopra a eternidade
nas sementes de poesia que germinam
nas minhas mãos
fazendo de mim uma oração
antes que a noite
me envolva em suave linho branco
Eu - semente de poesia - floresço.

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