terça-feira, 9 de agosto de 2011

CORPO NU



CORPO NU

Do teu corpo nu, eu sou a sombra.
Quando se separa a pétala do cálice
Nesta dourada taça
Que me oferece
E no verniz das ceras que te revestem.
Do teu suor, eu sou o sal.
Que inexoravelmente arde tuas feridas
A meia noite enquanto te impregnas
Desta ardência nervosa que me atrevo a te entregar.
Do teu fôlego, eu sou o ar.
Que imperceptivelmente te alimenta
Enquanto executas pensamentos devassos.
Do teu sangue, eu sou a vida.
Que te escorre em fontes omnímodas
E alimenta a voracidade vermelha das minhas entranhas.



Dos teus sonhos, sou a alegoria.
Incógnita hibridez da tua lascívia
Para sempre inscrita na tua memória.




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