sábado, 27 de dezembro de 2014

CLEÓPATRA



CLEÓPATRA

“Minha alma...
Desde que nos separamos, meus pensamentos tem voado até você todos os dias, mas são surdos e mudos. Não podem falar com você, nem ouvem o que você quer dizer para mim. Portanto, não são de muita valia, senão por serem capazes de estar onde eu quero estar. Ah, como são afortunados meus pensamentos! Como tem sido difícil esta sombria estação do ano sem você perto, embora todo mundo diga que é verão. Talvez para os outros seja mesmo..."
Mil beijos em sua mão, seu pescoço, seus lábios.
Marcus Antonius.
                                                       (Memórias de Cleópatra – Margaret George)



No meio da noite,
relâmpagos e trovões sonoros
caem como pedras
de catapultas
fazendo algo mudar dentro de mim...

Machuca-me
a dor e a tristeza
quando esta luz tremulante
reflete minha imagem
neste altar de mármore polido...

Quando as lágrimas
caem dos meus olhos
vejo as margens negras
da inconsciência tomando meu corpo,
como se minhas entranhas
estivessem sendo levadas...

Minha cabeça pende
meu olhar ainda detêm-se na lágrima vermelha
escorrendo de meu seio
enquanto ouço o sibilar
da víbora negra...

Ó, deuses. Eis a Filha de Ísis...



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