domingo, 17 de fevereiro de 2013

NOITE



NOITE



Das feridas do céu

o sangue derramado gota a gota,
tinge minhas toalhas brancas, imaculadas,
enquanto os porcos tropeçam
em sua voracidade filosófica.


Os aviões, presos nos fios da teia

giram, giram sem parar
reluzindo sua carcaça corroída
indiferentes ao vômito
que escorre nos esgotos gratuitos...


Rios de chagas perpétuas

deslizando por entre flores brancas e amarelas
lambem com suas línguas toscas,
as vibrações que desvirginam a manhã
que nasce... enquanto nós,
ah, nós dormimos...





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