NOITE
Das feridas do céu
o sangue derramado gota a gota,
tinge minhas toalhas brancas, imaculadas,
enquanto os porcos tropeçam
em sua voracidade filosófica.
Os aviões, presos nos fios da teia
giram, giram sem parar
reluzindo sua carcaça corroída
indiferentes ao vômito
que escorre nos esgotos gratuitos...
Rios de chagas perpétuas
deslizando por entre flores brancas e amarelas
lambem com suas línguas toscas,
as vibrações que desvirginam a manhã
que nasce... enquanto nós,
ah, nós dormimos...
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