quarta-feira, 31 de março de 2021

POESIA SEM TÍTULO II



Tem um duende dentro do meu sonho.

Um pote de ouro
um papel e uma caneta – rabiscos?!
Não sei.
Insone, ele caminha
feito aranha, tecendo sua teia.
Tem um duende dentro do meu sonho
com sua barba longa
e seu olhar de poucas léguas
a  querer-me e perder-me em breve espaço
com sua voz gritando poemas.
Um duende ou apenas o vento na fresta da janela?
– Lorca sorri, entre um gole de absinto e  um banho de água fria.
Mas o meu sonho continua e o matraquear das artérias
vão levando a poesia através de mim.



imagem: Série Flores - Orquidea
Coppensia ranifera
Aquarela s/Canson





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