sábado, 1 de novembro de 2014

PRESSENTIMENTOS


Pressentimentos

Tristezas de tantas almas
viajam nestas areias seculares
nos ventos, nas tempestades
nas dunas silenciosas...

Sufocam de saudade
os grãos de vidro coloridos
nos oásis, à sombras das palmeiras...

Nestas areias de sangue
enterrei meus pés em tenra infância
ouvi da concha quebrada
que o deserto foi mar um dia...

Nas brasas e na fumaça dos narguilés
djins beijam o vento da noite
e com os olhos rasos d água
dizem-me que tudo é musica
e tudo será poesia
enquanto meu coração pulsar
 nas areias do deserto.

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